Lendo esta frase de Adam Smith e pensando no “caso” BESA percebo
que quem defende que o mercado não se auto regula acaba por ter razão! Porque
se assim fosse não teríamos tantos escândalos no sector financeiro (a nível
local e mundial) como temos assistido nos últimos tempos.
Essa frase de Smith sugere que num contexto de livre concorrência
os operadores do mercado tomariam medidas cautelares para evitarem fraudes, uma
vez que tal negligência os deixaria sem emprego (i.e. perca da confiança dos
clientes/investidores ou até receio de outras medidas mais severas). Contudo, a
verdade é que hoje nada disso acontece e vemos vários escândalos no sector
financeiro a nível mundial/ local e no final nenhum “peixe graúdo” é penalizado
devidamente.
Uns até dão-se ao luxo de abandonarem os empregos anteriores (normalmente
tais saídas são anunciadas como “de sua livre vontade”) para avançarem com
projectos pessoais, isto é, deixam de ser empregados e passam a patrões!
O interessante é notar que alguns acham que o BNA, para o caso
do BESA somente fez o que, por exemplo, o governo Americano fez para salvar
aqueles que eram na altura bancos e outras instituições “too big to fail” (i.e. muito grandes para falirem). Acredito que no
nosso caso, deveríamos ter aprendido alguma coisa dessa situação e sermos
capazes de evitar o mesmo por cá. Ao invés disso, parece que não fomos capazes
de tirar lições da experiência americana (e não só) e apesar de todas as
medidas que pareciam estar estabelecidas vimos o Estado a intervir num banco
privado.
Curiosidade: Para o caso de Angola, para além de regular o
mercado será que vamos ter também que regular quem deveria estar a regular o
mercado e garantirmos que isso não aconteça de novo?
Por que razão é que no sector financeiro quem dirige muitas
vezes não se sente, como nos sugere Smith, inibido/a de cometer fraudes?
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