sexta-feira, 1 de julho de 2016

Os dólares, o BNA e a sua Nota de Imprensa semanal: Alocação de recursos em tempo de crise.

De um tempo a esta parte o BNA tem estado a divulgar nas suas Nota de Imprensa sobre Mercados Monetário e Cambial a forma como foram alocadas as divisas disponibilizadas no período em análise. Esta nova forma de proceder visa, no entender da instituição, dar uma maior transparência ao processo de acesso a divisas num período em que elas se tornaram escassas.

Por exemplo, na Nota de Imprensa referente ao período de 20 a 24 de Junho de 2016 indica-se que o sector agrícola recebeu 8,3 milhões de Euros e o sector industrial 64,1 milhões de Euros. No entanto ela acaba por pecar por defeito uma vez que não é possivel indentificar-se os reais beneficiários nem muito menos existe um follow up onde possamos apreciar o impacto desses recursos nos sectores priorizados quer seja em termos de volume, receitas ou ainda em termos de empregos gerados ou mantidos.

Muito recentemente, no nosso post de 19 de Fevereiro de 2016, indicamos que em tempos de crise “existe a real necessidade de se identificar e apostar em sectores (produtos e produtores) capazes de gerarem um efeito multiplicativo dos poucos recursos que lhes sejam disponibilizados”, gerando empregos, volumes que permitam a substituição das importações e receitas através da exportação. Cabe a uma instituição como o BNA, pensamos nós, fazer um pouco mais do que simplesmente regular o mercado. Espera-se que a sua intervenção ajude a capitalizar preferencialmente o sector produtivo (ver o post de 13 de Dezembro 2015) e dentro dele priorizar os produtos e produtores capazes de assegurarem o tão desejado efeito multiplicativo. Uma pauta aduaneira restritiva poderia assegurar a esses produtores um período de aprendizagem, rent seeking, e possibilidade de investimento em novas tecnologias e melhoramento do sistema produtivo. Contudo, aos beneficiados ser-lhes-ia dado metas claras de produção, emprego e receitas bem como uma componente de condicionalidade com cláusulas igualmente claras de penalização caso tais metas não fossem atingidas.

Sendo os recursos escassos, em tempo de crise é necessário discriminar e priorizar inicialmente aqueles que nos garantam os resultados desejados. Afinal nenhum país detém uma vantagem competitiva em todos os sectores. Há sectores em que o estado poderá participar, outros em que deverá priorizar a iniciativa privada nacional e estrangeira ainda outros em que parcerias público-privadas poderão ser a melhor opção.

Esperemos agora que os poucos recursos postos a disposição de alguns beneficiários ajudem a acelerar o processo de diversifição da economia e que venham a contribuir de uma maneira tangível para que surgem no país (via exportação de bens e serviços made in  Angola) outras fontes de divisas .

1 comentário:

  1. muito obrigado cariisimo professor por mas um tema de analise e que me faz esforçar um pouco mas o cerebro na qual torna-me um excelente estudante e aprendizado.

    o professo Fenandes wanda tocou não só nas politicas monetarias mas também na politica de desenvolvimento do país,

    as políticas de desenvolvimento do estado são boas paea um estado que pensa em piqueno depois em grande que na qual esta associado com as politicas monetarias, vejamos o caso real.
    Angola esta a apostar na diversificação da sua economia concretamente em industria e agricultura em grande escala, mas o nosso país não têm PMEs que suportam ou capazes de suportar essas grandes industria, para um campones ou industria agricola necessitam de adubo ou mesmo fertelizantes mas não temos PMEs que produzem o mesmo e onde vamos buscar? fora para tal precisamos da moeda estrangeira, paramos uma industria por falta de materiais sobressalentes porque não temos PMEs para ajudar essas grandes empresas, e o que fizemos em grande escala não há planeamento de distribuição para o escoamento da mesma e se o fizer as vezes o produto fica mas caro do que o exportado através do custo de produção e das materias prímas exportadas, as condições das extradas para aquelas provincias que produzem em grande escala, tudo isso inflênciam no desenvolvimento e a nossa politica monetaria têm que estar associado a esta dinamica de desenvolvimento não podemos pensar só em grande mas é das pequenas coisas que se chega ao grande as experiência ja o mostraram, para piorar vai os interesses politicos há se submeter no interesse do desenvolvimento nacional, devemos é apostar nos produtos nacionais sim mas a pergunta é de que maneira? como produzir? e o que é prioritario produzir?
    gracias MSC fernandes wanda
    de luis bengui gange "outra visão2

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