A indústria têxtil (e confecções) é sem dúvida
a par da indústria de bebidas e alimentos e do subsector dos materiais de construção,
uma das que poderá contribuir para o processo de diversificação económica e
para a criação de uma mão-de-obra industrial em Angola. É importante termos em
conta que essas indústrias são na sua essência intensivas em mão de obra e como
tal têm o potencial de contribuir para a redução
do desemprego, dando acesso a um emprego no sector formal da economia aos jovens que tanto necessitam de uma
oportunidade para melhorarem as suas condições de vida[3].
De facto se olharmos para outros exemplos
recentes de países que atingiram um nível rápido de desenvolvimento (ex.: Ilhas
Maurícias) ou até de países que estão nesta altura a caminhar para essa direcção
(ex.: Vietname, Camboja, Bangladesh, Etiópia, Lesoto) notamos que por esta via
i.e. dinamização do sector têxtil outras externalidades foram criadas a
montante e a jusante. A jusante temos
o sector da agricultura, aqui falamos particularmente da produção da principal matéria-prima
i.e. o algodão, que poderá ter um grande incentivo para retomar a produção do algodão
nas áreas tradicionais bem como expandir-se para outras áreas de Angola desde
que recursos sejam canalizados para dar suporte a essa expansão da produção. Isso
poderá ter um outro impacto na área de
prestação de serviços a este sector uma vez que um aumento da demanda de algodão
só pode ser satisfeita se houver uma correspondente melhoria na prestação dos vários
serviços que compõe este sistema produtivo. A montante poderemos assistir um rápido crescimento da indústria de confecções,
reduzir as importações e começar a exportar tirando proveito de programas como
o AGOA - African Growth and Opportunity
Act que facilita o acesso ao mercado Norte-Americano (EUA) a países africanos em desenvolvimento.
Contudo, para que isso seja possível o Executivo e as indústrias nacionais precisam aprender com as experiências de alguns países africanos (acima citados) vendo como alguns desses países foram capazes de ao mesmo tempo dinamizar o mercado interno e assegurar o crescimento das indústrias nacionais bem como atrair para os seus mercados algumas empresas estrangeiras que com as suas experiências (novo estilo de gestão, novas tecnologias, conhecimento e experiencia em matéria de exportação para o mercado Europeu e dos EUA) foram capazes de fazer com que as indústrias locais rapidamente se tornassem competitivas no mercado global que é bastante concorrido (especialmente no acesso, como fornecedores, as cadeias logísticas de produção das grandes marcas internacionais).
Contudo, para que isso seja possível o Executivo e as indústrias nacionais precisam aprender com as experiências de alguns países africanos (acima citados) vendo como alguns desses países foram capazes de ao mesmo tempo dinamizar o mercado interno e assegurar o crescimento das indústrias nacionais bem como atrair para os seus mercados algumas empresas estrangeiras que com as suas experiências (novo estilo de gestão, novas tecnologias, conhecimento e experiencia em matéria de exportação para o mercado Europeu e dos EUA) foram capazes de fazer com que as indústrias locais rapidamente se tornassem competitivas no mercado global que é bastante concorrido (especialmente no acesso, como fornecedores, as cadeias logísticas de produção das grandes marcas internacionais).
Como se pode compreender esse exercício só será
possível caso o Executivo consiga melhorar o processo de coordenação[4]
dos vários incentivos ao
investimento necessários a montante e a jusante. Enfim, uma fez ultrapassado
este constrangimento podemos então pensar em sermos leopardos, chitas ou hienas
mas… TIGRES? Não! Afinal, cara vice-presidente da AITECA, não existem tigres em
África[5]!
[1] Esse processo de reabilitação ficou orçado
em 1.2 mil milhões de dólares e foi financiado pelo Japão.
[3] Estamos conscientes de que o problema do
desemprego afecta toda gente. Contudo, não podemos esquecer que o Censo de 2014
mostrou que Angola é um país essencialmente jovem e como tal essa atenção especial
torna-se imperiosa.
[4] Algumas
pistas foram apresentadas neste blog nos posts de 1
de Março 2015 e de 19
de Fevereiro 2016.
[5] Isso em referência ao que vem citado no Jornal de Angola
online de 22 de Fev. 2017: http://jornaldeangola.sapo.ao/economia/investimentos/industria_textil_mais_competitiva
22-Feb-17
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