A
África tem hoje 54 países. Claro que não podemos falar do continente como se de
um país se tratasse. Temos que analisar e contar 54 estórias diferentes. No
continente países como a Etiópia e de certa forma o Ruanda estão na linha da
frente na implementação de uma Política Industrial, para além da África do Sul,
o país mais industrializado a sul do Saara. Como resultado a Etiópia, por
exemplo, é a economia que mais cresce em África, tendo de 2005 – 2016 crescido
em média 10.5% do PIB e com projeções para um crescimento positivo perto dos 8%
por ano. Já Angola, pelo contrário, vive uma recessão há 3 anos consecutivos
sem que se possa vislumbrar uma saída credível.
Á
luz do que foi acima apresentado, acreditamos nós que a pergunta a ser feita
deve ser, como sugerimos, “o que nos falta para traçarmos os caminhos de um futuro promissor para
ANGOLA?” A resposta a esta questão temos vindo, neste espaço, regularmente a apresentar
S.A.I.D.A. i.e. Sugestões e Análise de Informação sobre o Desenvolvimento de
Angola. Por exemplo, num dos nossos textos indicamos que Angola não pode
depender da importação de produtos para alimentar a sua população, que cresce
3% ao ano, e sustentar a sua indústria transformadora emergente. Como explicar
que 90% da produção agrícola em Angola provem da agricultura de sequeiro e que o
investimento feito em perímetros irrigados e em fazendas de larga escala até ao
momento não produziu os resultados desejados? Alguma coisa não está correcta e
este problema requer a devida atenção.
Não é surpresa que no País,
segundo dados do I.N.E., 67% dos desempregados deixou de procurar emprego,
apesar de hoje os jovens estarem melhor qualificados. Realmente é caso para o
Executivo angolano refletir e interrogar-se, como foi feito e muito bem pelo Presidente
João Lourenço em Abu Dhabi, “em que falhamos”?
*Adaptado de:
Wanda, F. (2018) ‘Angola está numa
encruzilhada!’ Expansão, Edição 504,
21 Dez. http://www.expansao.co.ao/artigo/107645/angola- esta-numa-encruzilhada-?seccao=7
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