Ao lermos no Jornal
de Angola um título dizendo “Indústria
nacional ‘está no caminho certo’” nas palavras do Ministro de Estado e do Desenvolvimento Económico, não poderíamos
deixar de nos perguntar, de que
indústria estarão a falar??
O Indicador de
Clima Económico (ICE), que reflecte as expectativas dos agentes económicos
produzido pelo I.N.E., mostra que desde o
1º Trimestre de 2009 a produção actual tem sido abaixo da perspectiva, isto
é, os agentes económicos indicam que não têm sido capazes de atingirem as suas
metas de produção. ICE indica que os empresários do sector apontam a falta de matéria-prima devido a dificuldades financeiras, falta de água e energia eléctrica. Como
consequência a perspectiva de emprego
tem vindo a degradar-se desde 2011. Das 167.330
empresas em actividades em 2017, cf. dados do Anuário de Estatística das Empresas 2014-2017 do I.N.E., apenas 6%, i.e. 2.963 empresas, pertencem ao sector da indústria transformadora comparadas com 49% ao sector do comércio.
Se quem produz hoje
reclama da falta de condições básicas como água e energia eléctrica, como é que o Executivo pode desejar
aumentar o número de unidades de produção? A solução, como indicamos num outro texto passa sim, por uma adequada
infra-estruturação dos pólos industriais de Viana e Catumbela, e um incentivo a deslocação de unidades fabris existentes, e facilitação da
instalação de futuros investimentos, para a Zona Económica Especial (pensando
já na exportação) poderia contribuir para redução
dos custos de produção dos agentes económicos.
Por isso, numa outra
publicação, dissemos que a “Industria
Transformadora em Angola está Longe de ser o ‘Factor Decisivo” (Link
abaixo).
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