Parece ter havido
um pequeno equívoco por parte da autoridade competente, no que toca a protecção
a produção nacional. Será que vamos proteger para produzir ou proteger quem já
produz para que possa produzir mais e melhor, i.e. com um padrão de nível internacional
para que possa exportar? Pois bem, as recomendações normalmente têm sido no sentido
de proteger QUEM JÁ PRODUZ.
Recomenda-se proteger PARA PRODUZIR quando já existe
uma certa produção local dos inputs
necessários para se fomentar o surgimento de outras indústrias. Exemplo[1]:
se tivermos uma produção significativa de frutas, podemos pensar em restringir
a importação de sumos de fruta para incentivar o surgimento desta indústria a
nível local.
Notem que mesmo
quem já produz e recebe uma certa protecção deve ser-lhe dado um tempo definido para dentre outras
coisas: tratar de adquirir localmente os
inputs necessários para a sua
produção. Afinal um produtor sério consegue incentivar o surgimento de
outras indústrias, criando um cluster que
torne o custo da sua operação muito mais competitivo para que uma vez removida
a protecção esteja em condições de competir internamente e talvez em condições de
exportar.
[1] Neste simples exemplo podemos ver como
funciona a articulação entre a agricultura (a base) e a indústria (o tal factor
decisivo que tanto se fala em Angola desde a independência). Ver posts anteriores
sobre a protecção 24
Maio 2015 sobre exemplos de criação de clusters 7
Novembro 2014.
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