O que nos chama atenção
neste tipo de posicionamento é a presença do que aparenta ser um certo
desconhecimento do que se entende por diversificação da economia. Pois bem
vamos explicar de uma forma simplista. A UNCTAD apresenta-nos a diversificação como
a estrutura das trocas comerciais de um país comparada com a média mundial. Num
índice de 0 a 1, quanto mais próximo do valor 1 a economia de um país estiver
isso indica uma maior diferença com a média mundial. Para o caso de Angola, segundo
os dados do UNCTAD[2]
a economia angolana teve um índice de diversificação de 0.8 de 2002 a 2011
baixando ligeiramente em 2012. O Quénia por exemplo de 2002 a 2012 teve um índice
de 0.7. A Coreia do Sul por outro lado e para o mesmo período teve um índice de
0.43 a 0.45. Como se pode perceber dos três exemplos apresentados, a Coreia do
Sul tem uma economia mais diversificada.
Notem que a diversificação
da economia de um país passa a ser uma necessidade inadiável por estar acoplada
ao comércio mundial. Quanto menos diversificada for uma economia de um país
(com um índice próximo do valor 1), menos opções a nível do comércio mundial este
país terá i.e. menos possibilidade de gerar divisas. Como se sabe os países adquirirem
tecnologia, bens e serviços que não produzem através do comércio (mundial) logo,
é correcto sugerir que o acesso a menos divisas, reduz a possibilidade desses países
se desenvolverem.
Ao se fazer esta
colagem i.e. auto-emprego à
diversificação económica, está-se de facto a sugerir que por via do auto-emprego
Angola vai aumentar as suas opções no comércio mundial, logo, poderá através de
uma maior participação (no comércio mundial ) ter outras fontes de divisas
(para além do petróleo e diamante). O auto-emprego pode contribuir para a redução da pobreza (dando aos intervenientes
a possibilidade de gerarem rendimentos próprios), redução do desemprego (desde que não gera o que a literatura denomina
por subemprego) mas sugerir que o
auto-emprego contribui para o processo de diversificação económica traduz-se no
que chamamos de falácia!
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