Pelo título compreendesse que o memorando visa ajudar o Executivo
a definir essa estratégia, o que não deixa de ser interessante porque mostra
que os autores (sempre gostaríamos de pensar que foram várias cabeças a pensar
e não uma só!) do documento aparentemente não querem assumir que o que propõe é
a estratégia de facto que poderia
ajudar-nos a sair dessa ‘senhora’ crise. Assim sendo, pensamos ser válido
perguntar: Quando é que o Executivo vai
definir uma estratégia para saída da crise?
Em períodos de crise, como disse e bem o Chefe do Executivo no discurso
de abertura da 4ª Sessão da Terceira Legislatura da Assembleia Nacional que
passamos a citar, “(…) se conseguem os feitos mais audaciosos e esse é o
caminho do progresso.”
Assim sendo e com vista a dissipar qualquer dúvida seria
importante que o Executivo assumisse (3) que o memorando é a estratégia ou (4) comunicasse
a sociedade quando estará disponível a estratégia para que com os seus comentários
(e/ou críticas) ajudar a quem compete gerir o processo. Optar pela indefinição não só contrária a citação
acima referenciada como também não permite que sejam arregimentadas
contribuições saudáveis a proposta feita.
A nossa crise advém não só mas
essencialmente da falta de cambiais (i.e. moeda externa), resultante da baixa
do preço do nosso principal produto de exportação, o petróleo. Assim sendo, a
solução passa por criar condições para que se possa ter uma fonte alternativa
de cambiais.
A um ano atrás, no nosso post
de 1 de Março de 2015, apresentamos as 3 Regras do Desenvolvimento propostas por Kaldor (1967) que achamos
pertinente voltar a citar:
Regra 1: Todos os países se desenvolvem e atingem altos níveis
de rendimento per capita através[1]
da industrialização.
Regra 2: Na etapa inicial as indústrias nascentes desenvolvem-se
através de uma certa protecção.
Regra 3: Quem dizer o contrário estará mentindo.
A luz do que nos propõe Kaldor a via para saída da crise em
Angola passa necessariamente pela industrialização.
Neste blog já temos estado a analisar
o esforço que o Executivo tem feito nesse sentido e a apresentar algumas pistas
sobre o que se poderia melhorar (ver por exemplo os vários posts sobre os “Caminhos da Transformação Estrutural em Angola”,
bem como os posts “Por uma Política
Industrial Selectiva” ou ainda basta seguir as etiquetas (tags)
industrialização, diversificação económica em Africa, economic diversification
strategies). Felizmente existem disponíveis bons exemplos de países que
implementaram processos de rápida industrialização que o Executivo em Angola
poderia estudar e depois adoptar a melhor via.
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