No nosso post de 2
de Outubro de 2015 indicamos como, naquela altura, o possível aumento da taxa de juro da Reserva Federal Americana poderia contribuir negativamente para a redução
dos investimentos em países cuja economia estivesse em transição como o caso de
Angola. Hoje tomamos contacto com um Policy
Brief do Overseas Development Institute baseado em Londres assinalando que
na sua reunião de Outono deste ano a Reserva Federal Americana poderá mesmo
aumentar a taxa de juro, o que a acontecer deixará ainda mais fragilizada a
economia de países que, como Angola, tenham uma dívida substancial em dólares americanos.
Os dirigentes em Angola devem
sempre recordar-se que países em desenvolvimento captam mais investimentos quando
a taxa de juro da Reserva Federal nos EUA não é atractiva, quando ela sobe esses
mesmos países acabam por ter duas ‘desgraças’ i.e. (1) dificuldade de pagarem
as suas dívidas em USD e (2) vêem reduzida a sua capacidade de atraírem
investimento directo estrangeiro.
A ser verdade torna-se muito
mais imperativo que o Executivo em Angola seja mais rigoroso e adopte uma
componente de condicionalidade[1] no
processo de identificação, escolha e financiamento de projectos privados com
fundos provenientes de linhas de crédito inicialmente contractadas para
projectos públicos conforme a sua estratégia para saída da crise[2].
[1] Definir
e exigir o cumprimento de metas de produção (para exportação e consumo
interno), empregos e receitas (para impostos).
[2] Governo
de Angola ‘Linhas mestras para definição de uma estratégia para a saída da
crise derivada da queda do preço do petróleo no
mercado internacional’ (Jan. 2016, p. 15)
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